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sexta-feira, 26 de abril de 2013

3ª Parte do debate sobre as tecnologias e estrutura geopolítica da Winepunk

Luis Filipe Silva Posso sugerir às digníssimas organizadoras uma compilação dos melhores momentos desta conversa para que nao se perda nos meandros do Fb? E o respectivo acrescento no blogue? Multe obligated
Jo Lima esta digníssima depois compila e partilha no blog 
Amp Rodriguez a outra digníssima ajudará na partilha e compilação 
Artur Coelho podem sempre usar o vinho para embrutecer as camadas inferiores da população que seriam usadas como coolies para mover os diversos engenhos mecânicos, apanágio tecnológico da monarquia de sotaque nortenho.
Manuel Alves Artur, o que acabaste de dizer está próximo da minha ideia (mas não exactamente nesse sentido de embrutecer trabalhadores explorados). 

Anton Stark Aye Artur, e isso continua a não ter o vinho como base tecnológica. Para isso poderia utilizar-se qualquer tipo de estupefaciente ou substância que deixasse os trabalhadores alterados.
Se a tua ideia parte desta base, Manuel, then tinha boas razões em não acreditar em ti, porque isso não soluciona rigorosamente nada. Não arranjas maneira de usar o vinho em si mesmo como matéria-prima.
Amp Rodriguez Olá Anton Stark, estou de volta por uns minutos mas não me esqueci das tuas dúvidas Vou por partes:
Amp Rodriguez Como o Luis Filipe Silva fala acima e muito bem o prefixo de uma estética punk não tem de ser necessariamente a energia, embora seja a regra usual. Inclusive, em muitos há convergência de várias energias e dá-se apenas uma prioridade a uma delas.
Amp Rodriguez Mas o winepunk liga efectivamente a sua ao vinho embora nunca tenhamos dito que ele é para ser utilizado tal e qual como é (mas possa ser, de acordo com algumas ideias criativas).
Amp Rodriguez A winepunk está ligada a uma iconografia específica e é esse o aspecto fundamental e até mais delimitado deste universo. Está ligado a um ponto de divergência histórico específico (o breve reinado da Traulitânia). Está ligado a uma divisão alternativa entre o norte e o sul e a novas estratégias geopolíticas que aí surgem.
Amp Rodriguez Tanto a Jo Lima como eu compreendemos que a ideia é completamente nova e foge ao tipo de discussões e tecnologias a que se está habituado. Mas além das hipoteses que nós tínhamos considerado para tecnologia dentro da iconografia do vinho do Porto (e algumas forma mencionadas), surgiram, como tínhamos esperanças, novas ideias.
Amp Rodriguez E o fundamental é isto: este universo pode e tencionou desde o início incorporar diversas possibilidades tecnológicas a partir do vinho. Não se pretende aqui a homogeneidade em termos tecnológicos da Lisboa Eletropunk, por exemplo, embora eu a tenha apreciado, como é sabido 
Amp Rodriguez Sabemos que a heterogeneidade tecnológica é um risco, sem dúvida. Mas a nossa opção é homogeneidade dentro dos limites históricos que estabelecemos, não na imaginação científica.
Amp Rodriguez A verdade é que nunca antecipámos um interesse tão grande ao primeiro post e tínhamos planeado ir "libertando" informação aos poucos. Assim, de hoje até ao próximo domingo, preparem-se para uma enxurrada de informação 
Anton Stark Bom dia! O meu problema não é a ideia ser completamente nova, Amp Rodriguez, é vocês terem escolhido um nome que não se entende. Os punks, por norma, seguem todos a mesma convenção de nomenclatura (eu não concordo muito com o Luis Filipe Silva quando ele separa o Cyberpunk dos outros Punks porque o Cyber tem a tecnológica cibernética como raiz, portanto acaba por, tal como todos os outros, reflectir uma determinada tecnologia ou contexto tecnológico que é omnipresente nas obras por esse rótulo catalogadas), e o Winepunk não reflecte (até agora e a meu ver) nenhum dos dois elementos do seu nome. Compreendo a escolha do Wine, não compreendo a escolha do Punk, mas a escolha dos dois juntos parece-me um ir na onda do Steampunk e do Electropunk só porque sim.
*sigh* Okay, agora até a mim soou que eu próprio estou a fazer bashing inusitado à ideia. Ou, ao nome da ideia. Eu já entendi o que se pretende, ao longo desta discussão, e até já esbocei algumas ideias. Mas ainda não consegui encaixar o nome nisso. There's no Punk in it, e o vinho é quase acessório.
Luis Melo Não caberá aos autores definir o elemento "punk"? Ou seja, a maneira socialmente subversiva de usar a tecnologia e a trama de tropelias que dela advém? Sim, a ideia de winepunk é um bocado derivativa e até pateta, mas parece-me que não é para ser engolida em seco (literalmente) e que sugere desde logo uma certa paródia e irreverência que cai muito bem com o universo do vinho e das conspirações em caves nortenhas.
Jo Lima Primeiro de tudo o steampunk começou como uma piada a jeito de "contra-ataque" ao ciberpunk, depois e muito depois é que ganhou latitude para ser uma categoria à parte, distinta de muitas outras.
Depois onde está afinal o punk do winepunk? Uma vista de olhos pelas ideologias punk de inconformidade com o que se passa à sua volta, usando e abusando do espírito nortenho de "se nao fazem os outros aqui vamos nós", acho que o que mais se pode discutir no winepunk é mesmo a parte tecnológica e como passar o vinho a energia ou fonte de, utilizável pelas diversas invenções, engenhocas e afins que vejo estarem todos a preparar.
( como o rogerio referiu no post dele apesar dos governantes da traulitânia serem retrógados os seus habitantes pelo contrario eram progressivos e "muito à frente" and I'll leave this here for thought)
A única condicionante aqui é mesmo o período histórico e alguma correcção factual em termos políticos e geográficos, quanto ao resto "be our guests" para inventar e apresentar ideias. O desafio aqui não é inventar criaturas estranhas e mágicas, mas sim ciência que aproveita um bem abundante e tipicamente associável ao Porto/Norte: vinho.
Uma pequena definição sobre ideologia Punk --> https://en.wikipedia.org/wiki/Punk_ideologies
Anton Stark Concordo contigo, Luis, só que não me parece que seja objectivo da ideia do Winepunk todos os textos estarem revestidos de uma certa troça. Digo eu.

Jo Lima, estamos a falar de uma monarquia conservadora. Não há nada menos punk que isso. O facto de se ser anti-qualquer coisa não significa que seja punk. Senão a Igreja católica é punk até dizer chega no que toca aos direitos dos homossexuais, ou ao uso do preservativo. Duvido que comecem a deixar os padres usar mohawks multicolores. E a nomenclatura de Steampunk começou em jeito de piada, mas seguia exactamente os mesmos padrões que Cyberpunk.
E digo e volto a dizer: não DÁ para fazer nada com o vinho em si mesmo. Não dá. Até os cientistas que aqui estão disseram o mesmo. Dá para produzir derivados, mas o vinho em si é inútil. Mas essa parte é a que eu contendo menos, porque enfim, apesar de ser um stretch of logic para o nome, não há mal em produzir-se etanol a partir do vinho.
Jo Lima Anton Stark o steampunk passa-se em que altura da história humana? Em que reinado? I rest my case 
Anton Stark Not really, Jo Lima, senão vejamos: primeiro o Steampunk não tem exactamente época definida (apesar de se basear, aye, na época Victoriana); depois, as personagens e a trama da história podem estar inseridas numa cultura opressiva, mas o elemento do Punk advém de elas próprias se rebelarem, seguindo todos os conformes do movimento Punk, contra essa autoridade.
Agora, no caso do Winepunk, temos uma Monarquia católica e conservadora contra uma República democrática e progressiva. A não ser que as histórias se foquem em republicanos a tentarem destruir o sistema por dentro, não há nada de Punk whatsoever na Monarquia do Norte. Uma Monarquia cria classes estanques dentro de uma sociedade, mantém controlado o pensamento livre, impõe uma religião de estado, e tem medo do individualismo. Isto é mais ou menos um contrariar completo do que está listado no artigo do Punk que me enviaste da Wikipédia.
Jo Lima Anton Stark Leste o meu comentário em cima? e o post do rogerio?
Anton Stark "Num ponto concordo com o Anton: a Monarquia do Norte era um movimento conservador retrógado. Por isso escrevi no meu texto "Um anacronismo suportado pelo engenho inovador e vontade férrea de uma elite tolerante, mas intolerada no seio do seu próprio regime." Ou seja, colocaria essa faceta como dominante na sociedade, mas não na governação, o que em si será um excelente motor de conflitos e intrigas..."
This one? Mas isto foi o que eu disse agora: para haver punk neste contexto, as personagens têm de estar enformadas a gente anti-regime (ou pelo menos anti-Monarquia como ela é apresentada).
Jo Lima Anton Stark mesmo a minha ultima intervenção.
Nós não somos o regime em que vivemos nem somos os governantes que temos, certo?
Governantes retrógados, não significa que o povo por eles governado também o seja... e aqui consegue-se um ponto de stress e conflito que pode dar azo a algumas coisas interessantes acontecerem.
Manuel Alves Se há uma coisa boa na ficção é o facto de permitir abordar conceitos que dificilmente funcionariam na realidade. Fazer funcionar esses conceitos na ficção depende da imaginação e habilidade dos autores. Mais produtivo e interessante do que negar a ficção por causa de aparentes impossibilidades da realidade é criar ficção que derruba aparentes impossibilidades da realidade.
João Barreiros Bom, pode-se tirar etanol de todos os cereais que contenham amigo, ou seja, um polisacarídeo.. Tipo batata e todos os cereais. Mas a uva é um fruto. Logo não se pode retirar dela o etanol. Outras fontes de combustível ? Temos o banal carvão. Boff. Já percebi que as torres Tesla aqui não entram ( mas tb não as queria incluir, pertencem a outro universo. Centrais termo-eléctricas? Hum...a hulha? E tínhamos minas que chegassem? Ainda por cima com o bloqueio Republicano? Ná. Vou fixar-me no plasma grape, e com o elemento punkico das biotecnologias a la Moreau. Animais falantes. Fabricados por encomenda. And so on...
Anton Stark *oferece o moral highstand embrulhadinho em papel vermelho ao Manuel Alves* Leva lá, mete na sala de estar que deve ficar lá muito bem.
Lá está, Jo Lima, mas isso era a implicação do que eu queria dizer. Acaba sempre por ir dar ao mesmo. É um bocadinho limitativo.
Amp Rodriguez Anton Stark, tal como a Jo Lima disse, este é o meu último comentário. Não, nem todos os cientistas que comentaram por aqui acham a ideia impossível. Eu, por exemplo, não acho a ideia impossível, dentro de especulação alternativa, e creio que me estou a repetir quando saliento que o wine advém de iconografia e não de energia/fonte. Se não gostas, paciência. Mas o verdadeiro espírito punk é não ficar limitado a convenções, nem sequer àquelas que definem o que é o punk. E o Manuel Alves e o Luis Melo disseram com sobriedade (no punch line intended) o que se pretende. Já agora, irreverência não é sinónimo automático de paródia.
Anton Stark Nem ninguém disse isso, Amp.
 

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