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sexta-feira, 26 de abril de 2013

4ª Parte do debate sobre o universo winepunk

João Barreiros Anton Stark, podemos combinar a utilização de vários bichinhos. Corvo-correio falante. Cães de guarda/companhia. Morcegos suicidas. E claro, o Kraken republicano contra o Baleote ambulacrário monárquico. Horror e morte nas profundidades do Douro. Quem vencerá?
Anton Stark Raios, lá se vão os meus corvos. Andaste a jogar Bioshock Infinite, Tio?
Artur Coelho um corvo falante em português com sotaque nortenho daria ideias para algo do estilo cypherpunk. codetalkers ao estilo do porto 
João Barreiros Corvos que sussurram aos ouvidos da populaça chavões da ideologia monárquica, porque não? E que "gravam" as conversas revolucionárias/ republicanas dos dissidentes para depois as despejarem aos ouvidos da policia deEstado.
João Barreiros Micro geradores eléctricos com uma roda onde correm ratazanas enlouquecidas de desejos carnais. Óptimo para todos os lares. Pelo menos à noite sempre há luz eléctrica e telefonia. Quando as bichas caírem para o lado, esgotadas, não faz mal, vão-se comprar outras ao Bulhão.
João Barreiros Ratpower, pequenotes, é o que está a dar...
Manuel Alves João, era capaz de gostar de ver isso tudo numa história. 
 Rogerio Ribeiro Vocês começam a cansar-me! Biocombustíveis a partir de vinho sao actualmente uma realidade. Argumentarem contra a sua verosimilhança e'... silly!
Anton Stark Ninguém argumentou contra isso, Rogério. Lê o que foi dito. Argumentou-se contra o vinho apenas, em si mesmo e sem transformações, ser usado como combustível. Só isso. Ninguém disse nada contra derivados do vinho.
Rogerio Ribeiro Como disse o Luis Melo, penso eu muito bem, num universo partilhado o segredo do sucesso e' procurar soluções para as ideias base. E João Barreiros, para de dar voltas electropunk a isto... 
Rogerio Ribeiro Anton Stark, uma sociedade retrograda parece-me ser o terreno ideal para o nascer um elemento punk! Dependera dos autores...
Anton Stark Lá está Rogério, o que queria dizer é que se criaram as muralhas e temos de jogar dentro delas. Para haver elemento punk não poderá haver grandes desvio de um certo número de características, dado que naquele contexto já sabemos contra o que é que as pessoas se hão de rebelar.
Luis Melo Acho que se está a falar imenso antes de se saber as directrizes definidas da coisa em si. Eu continuo a não ver impossibilidades. Teremos os "powers that be", sejam eles a República ou a Monarquia retrógrada, temos uma tecnologia (altamente útil para o controlo das massas e pervasiva por todo o país e continente) e teremos conflitos e subversões. Tu próprio, Anton, ofereceste uma solução para o problema:

"A não ser que as histórias se foquem em republicanos a tentarem destruir o sistema por dentro (...)"

Mas, mesmo que os "punks" aqui fossem os monárquicos retrógrados, isso poderia dar para fazer uma crítica à República de um ponto de vista preverso de um movimento revolucionário iludido e destinado ao falhanço. "Winepunk is dead e ainda bem" poderia ser a conclusão final, e estou só a especular sem saber, numa caixa de comentários... acho que estás a pensar demasiado em barreiras antes de termos a informação toda...
Rogerio Ribeiro O elemento punk advém da reacção contra o caracter retrógado da sociedade nortenha, contra o desejo vingativo e aniquilador da República comprometida, contra as tentativas de manipulação e aproveitamento dos jogos internacionais entre a influência germanófila em queda e a influência francófona de novo a fazer-se sentir, da manipulação dúbia da inglaterra, do "mexilhão" que é "fodido" por todas as partes,... chiça, poderá haver cenário mais promissor para punk?!
 Rogerio Ribeiro E, não será demais dizer, o Vinho do Porto deverá ser um elemento fundador (e sobejas vezes subversivo), não só tecnológico, que aglutinará toda esta estética. Daí Winepunk me parecer perfeitamente ajustado...
Vitor Frazão Hmm depois desta última bateria de respostas suspeito mais que nunca que Winepunk arrastará um rol de punks gastronómicos.
Anton Stark Eu já avancei com o Sausagepunk somewhere.
Rogerio Ribeiro Já não falando do facto de, contrário à noção generalizada, não foram os anos 70 a primeira revolução sexual, mas sim os anos 20. Agora imaginem flapper girls no winepunk... eu já comecei a imaginar! 
Rogerio Ribeiro E para quem não sabe o que são: http://en.wikipedia.org/wiki/Flapper
Vitor Frazão Suponho que com a vantagem de não ter de lidar com a criese inflacionista de 1920-1921 ou com a Lei Seca que grassou os EUA de 1920 a 1933 (embora esta última desse um pouco de charme à coisa):
Rogerio Ribeiro Como já disse, Portugal também foi afectado pela Crise, ainda mais pelo desastre que tinha sido a intervenção na I Guerra Mundial (o que, tendo estagnado as exportações nacionais até signifca historicamente que o Porto estava "afogado" em pipas de vinho que não tinham conseguido escoar...)
Vitor Frazão Anton também pode ser. Afinal, se se pode recorrer a uma imaginação tão abrangente... Estava a pensar em produtos mais tugas.
Rogerio Ribeiro a fome grassava, e o Porto tinha sido assolado poucos anos antes por uma epidemia de Peste Negra...
 Rogerio Ribeiro Já agora, Amp Rodriguez, mais uma achega à necessidade de "fleuma nortenha": O Instituo Pasteur do Porto tinha como nome oficial "Instituto Pasteur de Lisboa - Delegação Norte"! 
Vitor Frazão O que disseste foi "as exportações de Vinho do Porto diminuiram brutalmente devido à Grande Depressão". O que é verdade. Contudo a Grande Depressão só acorreu em 1929. Aqui penso estarmos a falar antes. Certo? Mas, sim, tirando esse pequeno pormenor tens razão. A miséria grassava em Portugal durante esse período.
Rogerio Ribeiro tens toda a razão, o texto que li sobre o comércio do porto tinha uma gralha na data e nem processei...
Manuel Alves E, é claro, também há que considerar as possíveis invenções que surgiriam na Monarquia do Norte, para combater as forças republicanas, caso a iniciativa monárquica tivesse realmente resistido durante anos e tivesse tempo suficiente para que a necessidade aguçasse o engenho. É do conhecimento geral que poucas coisas forçam o avanço da tecnologia como a guerra. Oh, as maravilhosas descobertas que podiam ter sido feitas...  
Vitor Frazão Claro. Bastava que a pressão levasse a invenção de tecnologia que só surgiria daí a 10 ou 15 anos. Por exemplo: nações estrangeira fazerem connosco o que fizeram com Espanha durante a Guerra Civil.
Rogerio Ribeiro Isso seria inevitável, sim.
Manuel Alves E, no meio de toda essa necessidade criativa, imagine-se só uma das inovações tecnológicas que surgiriam: a possibilidade de usar vinho como fonte de energia. 
Luis Filipe Silva Anton, olha que eu nao disse que os vários punks se diferenciavam, mas que se estava a olhar para o vinho *apenas* como fonte de energia, quando na verdade o vinho é uma EXCELENTE oportunidade para falar sobre totalitarismos de controlo social (por ser, ao contrario dos outros punksismos, um alimento e nao mera tecnologia mecânica...)
Luis Filipe Silva ... E quem controla a alimentação, controla o povo...
João Ventura "pode-se tirar etanol de todos os cereais que contenham amigo, ou seja, um polisacarídeo.. Tipo batata e todos os cereais. Mas a uva é um fruto. Logo não se pode retirar dela o etanol."
Oh João, então de onde achas que vem o vinho? E que álcool está contido no vinho? E aguardente de medronho? E cidra a partir de maçãs? Qualquer açucar (e a frutose é um deles) é convertível em álcool...
João Barreiros E esse álcool tem potência suficiente para fazer mover um motor, uma central termoeléctrica, um automóvel, um barco? E das duas uma. Ou os vinhedos servem para um combustível fraco e ineficiente, ou servem para fazer...vinho...e se servissem para fazer combustível, há duzentos anos que o fariam...é a mesma coisa que dizer que os gregos, ao inventarem a cerveja, serviram-se dela para mover a eolípila...
João Ventura João, o álcool vem da destilação do vinho... O poder calorífico do etanol é cerca de 62% da gasolina convencional (um e outro por kg)
João Ventura Já falei lá em cima que a conversa do plasma em relação às uvas é isso... conversa (IMHO)
Rogerio Ribeiro João Ventura, não estou errado se resolver parte do problema pelo "yield" das leveduras, certo? Pelo menos em termos de quantidade de combustivel produzido...
Manuel Alves Cá para mim, tenho que certas ideias não precisam de funcionar a 100% na realidade; basta que funcionem na ficção se apoiadas em argumentos relativamente válidos (ao ponto de aparentarem coerência lógica), mesmo que seja necessário esticar um pouco as convenções (reais) do possível; afinal, trata-se de ficção.
João Ventura As leveduras, segundo penso, funcionam como catalizadores na transformação dos açucares em álcool, não é? (Atenção que este eng. mec. não é nem químico, nem biólogo...) Portanto se forem mais eficientes...
Rogerio Ribeiro sim, a função (e a lógica) é essa...
Vitor Frazão O debate fez-me lembrar estar cena de "Thank you for smoking": Jeff Megall: Sony has a futuristic sci-fi movie they're looking to make.
Nick Naylor: Cigarettes in space?
Jeff Megall: It's the final frontier, Nick.
Nick Naylor: But wouldn't they blow up in an all oxygen environment?
Jeff Megall: Probably. But it's an easy fix. One line of dialogue. 'Thank God we invented the... you know, whatever device.'
Carlos Silva As leveduras são bastante eficientes a produzir alcool, o problema é que são sensíveis a esse produto. A partir de uma cerca concentração é impossível haver crescimento microbiano (felizmente, senão não dava para desinfectar feridas com alcool).
A solução para aumentar o rendimento seria arranjar leveduras mais resistentes ao alcool ou fazer uma extracção in situ. Li há uns tempos uma fermentaçao que era feita ao mesmo tempo de uma destilação.
Rogerio Ribeiro Carlos Silva, passaram a existir as S. monarchica! 
Carlos Silva As Sacharomices monarchica que sintetizam também compostos alucinogénicos que provoca extrema adição pela primeira coisa que se vê (curiosamente os rótulos do vinho têm a cara do rei) XD
Rogerio Ribeiro Carlos Silva, olha que vou aproveitar...
Amp Rodriguez Vitor Frazão, conheces o "ditado" que diz que o fandom português, ao contrário dos outros, não consegue interagir em termos de ideias/mundos para as incrementar? Vocês provaram neste post que isso é falso porque, e dando reconhecimento a quem de direito, vamos incorporar sugestões no que tinhamos pensado para este Universo (na parte tecnologica). Daí algum atarso nos posts de hoje. Aliás, desde o início que eu e a Jo Lima sempre achámos que a força deste universo viria da imaginação dos autores em reacção ao conceito. Senão seria um terreno estanque
 

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